sábado, 17 de maio de 2008

Como sair da sinuca de bico em Belterra


por Antônio Edme Pedroso (*)

Em recente artigo, o sociólogo Tibério Aloggio teceu comentários sobre a situação do PMDB de Belterra que, segundo suas observações, estava (ou está) numa “sinuca de bico”. Primeiro porque o jogador titular do partido, ex-prefeito Oti Santos, não parece reunir condições de entrar no páreo com chances reais de vitória, quer pelas ameaças de impedimentos legais, por conta de processos e prestações de contas pendentes, como também pelo fato de que seus aliados não demonstram confiança na sua debilitada liderança. Hoje, muitos o seguem mais como corderios do que como escudeiros a lutar até a morte.

Segundo, porque a reserva imediata não demonstra disposição para enfrentar uma guerra onde já não conta com antigos aliados e que não soube ganhar quando teve todas as chances, e o taco simplesmente “espirrou”.

De qualquer forma, a dupla escalada pelo comando do PMDB parece que está a fazer sombra um ao outro, com todos os méritos ao ex-prefeito que soube tirar do páreo, numa bela tacada, Maria Freire. Sozinhos, não ameaçam. Unidos, causam mal um ao outro, não sairão da sinuca de bico.

Voltemos os olhos então para o PT e seu candidato natural. O prefeito Geraldo Pastana poderia estar numa posição confortável, rindo da sinuca de bico. Mas não está. Perdeu etapas importantes do jogo quando não soube efetivamente administrar Belterra, deixando de conquistar importantes seguimentos da sociedade que se traduzem em votos descrentes e incertos. E são muitos, até porque, se voltarmos no tempo, os candidatos que se apresentaram no pleito passado não eram exatamente de encher os olhos dos eleitores.

Eram simplesmente os que se apresentaram, portanto, não havia alternativa. Os números finais mostram exatamente isso. Pastana parecia ser o menos ruim, mas, como já dito, não soube fazer uma grande administração, da mesma forma que também não o fez Oti Santos. (…)

São ambos essencialmente políticos, a manipular parte da sociedade, carecendo ambos de tino administrativo, de visão de futuro e de vocação empreendedora. Nenhum dos dois deixará sua marca indelével no tempo. Não ficaram e nem ficarão heranças marcantes de suas realizações, que possam ser reconhecidas no futuro.

Dos outros candidatos, pouco se tem a comentar, porque ainda não se expuseram ao julgamento das urnas. Por suas qualidades pessoais, Eduardo Paiva é nome para incomodar e surpreender, apesar de que, seu partido, o PSB, parece estar cavando sua própria sinuca de bico, onde alguns dos seus membros se deixaram seduzir pelo canto do atual prefeito.

Benevolências particulares, como secretarias, empregos e outras mais a pessoas influentes no partido, parecem neutralizar as iniciativas de Paiva de disputar o cargo maior. Apesar da pouca experiência político-partidária, Eduardo Paiva se desloca com desenvoltura por entre todos os partidos, que sabem ser ele, neste momento, o único a apresentar-se com um discurso diferente, onde predominam idéias e não as típicas frases de efeito. Suas chances são reais de sair da tal “sinuca de bico”. Tem, sem dúvida, envergadura para se posicionar como uma excelente alternativa e brigar pela ponta.

De qualquer forma, a fotografia do salão indica que aliar-se a Paiva é garantir a vitória. Para Oti, só resta tentar encontrar novo parceiro, uma vez que Maria Freire não sabe jogar sinuca. E para Pastana, a bola da vez é sua, cuidado para o taco não espirrar ou então passar batido.

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(*) Belterrense de Aramanaí, é médico, pós-graduado em marketing político.


fonte: www.jesocarneiro.com.br

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