quinta-feira, 13 de março de 2008

A Consciência do Bem Comum

* Frank S. Pantoja, Biólogo, Belterrense.

É fato que todo homem é um ser político e como tal deve usar sua racionalidade na busca de alternativas que vislumbrem o bem estar de todos aqueles que o rodeiam, independente de sua cor partidária, raça, gênero ou religião. Isso é básico, é uma questão de respeito ao ser humano na busca de justiça social, da cidadania.
A cada ano político/eleitoral as pessoas são “pressionadas” a determinar o futuro de seu país, dos Estados e de seus municípios através de votos. Contudo, nós estamos realmente avaliando o que acontece com as nossas vidas durante as gestões desses governantes? O que, de concreto, veio como benefícios para nossa vida? De nossos irmãos da cidade, da zona rural ou da região ribeirinha?
Falo meu irmão, porque, acredito que somente pensando dessa forma, é que conseguiremos sentir o verdadeiro valor dado a responsabilidade que temos com o nosso próximo, pois essa responsabilidade, não termina nas urnas, ela se estende até a nossa casa em nossa vida, interfere no nosso dia-a-dia. Parece tão simples e óbvio não é?
É fato, porém, que muitos não enxergam as coisas de maneira imparcial, e formam inclusive, verdadeiras torcidas tendenciosas para que se estabeleça o caos, para que nada dê certo. Isso ocorre muitas vezes apenas porque o cidadão que está no poder, não é de sua cor partidária ou não está beneficiando determinadas pessoas. Seria muito coerente a esses, entenderem que suas críticas, poderiam, ao invés de destruir a imagem do próximo, auxiliar na elaboração de sugestão, na construção de um lugar melhor pra todos nós.
Recuso-me a acreditar que existam, em nossa terra, pessoas que ficam na expectativa da construção de uma escola não dar certo, de o asfaltamento de vias não ser concretizado ou de uma bomba d`água quebrar para que não tenhamos água, essa é uma idéia inaceitável para quem crê na ética inerente nos atos de pessoas de bem que somos nós, belterrenses.
Por outro lado, há uma corrente muito maior de pessoas que torcem para que nossa cidade seja a mais bela de todas (na qual me incluo hoje e sempre), são aqueles que carregam consigo, valores que vão além do que se pode enxergar como: o zelo pela manutenção de um meio ambiente sadio; a atenção para que a legislação seja obedecida; os bons costumes sejam cultivados e respeitados; e o cuidado em manter o sentimento de amor ao próximo, uma herança de nossos pais e avós até hoje transmitimos aos nossos filhos. Essa sim é a maior mensagem que vem de Deus.
Trago, em forma de preocupação com o próximo, o grito da comunidade do Pindobal e o caso da Área de Proteção Ambiental, a qual está sendo utilizada sem que estes saibam de que forma. Esse caso é muito simples de se explicar, já que todas as atividades a serem desenvolvidas nessa área devem simplesmente seguir a legislação ambiental federal, a lei do SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Que se pronunciem as autoridades responsáveis sobre o que está sendo feito e se estas atividades estão de acordo com a legislação. Caso contrário, alguém deve responder juridicamente por isso, que o diga o IBAMA e o Ministério Público em todas as suas instâncias.
A comunidade, não somente do Pindobal, mas de todas as zonas do município, devem ser respeitadas e ter o conhecimento sobre as decisões que o influenciam, todos os procedimentos legais e operacionais que são realizados e seus reflexos.
Esse caminho de transparência e de verdade acredito ser o de todos nós. Termos a consciência e a responsabilidade com o bem comum, é isso que compartilhamos. Sugiro aos gestores que busquem tomar as atitudes necessárias com relação a comunicação, para que a população tenha a real noção das vantagens e desvantagens de quaisquer obras em seu território sejam elas estradas, extração de quaisquer natureza e outras atividades e/ou obras que alterem seu meio ambiente original.
Não temos nada contra o desenvolver de nosso município, porém, bom será quando, nossos irmãos com suas capacidades intelectuais e força de trabalho, estiverem integrados nos projetos de infra-estruturas, na concepção e execução das alternativas produtivas e, na atração de investimentos viáveis que gerem emprego, renda e que respeitem as particularidades de cada ambiente e os direitos de todos os cidadãos e cidadãs.
De nossa parte faremos o que for necessário para que Belterra, terra que tanto me orgulho, seja respeitada. QUE NINGUÉM SE ENGANE COM A FORÇA QUE VEM DA NOSSA HISTÓRIA, DO NOSSO POVO.

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